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segunda-feira, maio 18, 2009

Orgânicos, uma moda, uma tendência, uma necessidade. Porém praticamente impossível de se cozinhar 100% orgânico.



Estive eu e um grupo de alunos envolvidos com o assunto e conteúdo do que chamamos de orgânicos, foram algumas aulas com especialistas da área de nutrição e engenharia de alimentos onde definimos, estudamos os processos, analisamos pesquisas sobre o tema, discutimos lendas e verdades sobre o assunto, nos apropriamos dos conceitos de alimentos funcionais e por fim fomos fazer uma visita técnica numa propriedade na zona rural de Porto Alegre , o sítio Capororoca. Uma propriedade de 2 hectares onde são cultivados hortifrutigranjeiros 100% orgânicos e com um diferencial que é usar partes que normalmente não usamos na cozinhas destes legumes como flores: borragem, calêndula, hibiscos, lírios do brejo, capuchinha. Folhas como : bertalha, ora-pro-nobis, urtiga. Raízes como: batata crem, batata yakom. E os cogumelos shiitakes.

Chegamos ao sítio e fomos recebido com um almoço com os produtos cultivados no sitio, pão de urtiga, pasta de hibiscos, pasta de araçá foi o nosso couvert seguido de saladas de borragem, flor de capucinha com grãos de mostarda e vinagrete de limão. Em seguida o plat du jour mix de feijão ( 7 tipos) ensopado, nhoque de aipim com borragem ao molho branco com cogumelos shiitakes e o mesmo nhoque com molho de tomates com ora-pro-nobis e por fim a sobremesa wafles com geleia de jaracatiá e flores de borragem. Almoço frugal, saboroso, leve. tudo dentro do conceito pré-determinado sobre comidas naturais que estamos acostumados porém com esta gama de produtos inovadores.

Ao fim desta visita compramos uma gama de produtos que vimos durante nosso visita e alguns que havíamos degustado durante nosso almoço. Retornamos para a faculdade de Gastronomia da Unisinos e partimos para nossas casas.

No outro dia voltamos para nossa cozinha-aula na Gastronomia da Unisinos onde tínhamos a tarefa de elabora um menu com o serviço de travessa utilizando os produtos que havíamos comprado no sítio Capororoca. Eu pessoalmente havia entrado na cozinha sede do laboratório e fiquei a pensar como faríamos para praticar uma cozinha 100% orgânica, e ai comecei a fazer um rol de ingredientes para poder cozinhar sal, pimentas, especiarias, gorduras, óleos, farinhas, cereais... enfim me dei conta, não que nunca tivesse eu analisado sobre este aspecto o ato de ser totalmente orgânico, e ai comecei a perceber que muitos, mas muitos dos ingredientes básicos para cozinhar eram produtos que não são orgânicos. E mesmo que alguns destes insumos já tivesse no mercado sob forma orgânica ainda assim falta uma gama grande e fundamental para se exercer o ato de cozinhar de uma cozinha frugal o que dirá de uma cozinha mais elaborada e cheias de técnica fica praticamente inviável usar o título de cozinha orgânica. Coisas que nosso antepassados faziam com a maior facilidade, uma vez que
praticamente todo ou quase todos os insumos eram feitos em casa.



De qualquer forma foi uma vivência e experiência única e de grande valor mesmo que nossa alimentação não seja 100% orgânica, consumir produtos que tenham seus ciclos desenvolvidos dentro do conceito geral de sustentabilidade com certeza fará um bem enorme ao todos nós e o nosso organismo poderá absorver nutrientes de qualidade sem a enorme gama de aditivos que nos adoecem no decorrer curto de nossas vidas. Saio desta mais do que nunca um grande consumidor de comidas orgânicas e alimentação natural do que antes eu já era.

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